Substância na urina indica câncer da próstata
Universidade da Virgínia/Divulgação
Células do tumor de próstata: doença afetou 49 mil em 2008 no Brasil
Em breve será possível detectar o grau de agressividade do câncer da
próstata por meio da simples análise da urina. A expectativa é de
cientistas norte-americanos da Faculdade de Medicina da Universidade
de Michigan. Apesar de admitirem que o diagnóstico da doença será mais
rápido, os especialistas descartam a "aposentadoria" do controverso
exame de toque retal, temido por boa parte dos homens com mais de 40
anos de idade.
Em entrevista ao Correio, o patologista Christopher Beecher - co-autor
da pesquisa publicada pela revista científica Nature - contou ter
descoberto traços do composto bioquímico sarcosina nos tecidos da
próstata e na urina. "O amionoácido sarcosina revelou anomalias
distintas, à medida que a doença progredia", explicou. A molécula, um
indicador de agressividade do câncer, permitirá aos médicos
diferenciarem a doença de processos inflamatórios que precisam de
tratamento agressivo e imediato. Os especialistas compararam amostras
de tecidos de próstatas saudáveis a tumores e metástases.
De acordo com Beecher, foram percebidas várias diferenças no nível de
sarcosina nos tecidos, refletidas na urina. "Como a sarcosina parecia
estar muito ligada à progressão do câncer, decidimos investigar mais",
revelou o médico. No estágio inicial, foram analisados 42 pacientes.
Os cientistas acabam de completar estudos de validação adicional em
centenas de voluntários. "Nossa pesquisa sugere um novo biomarcador de
diagnóstico. A análise de uma pequena molécula como a sarcosina é
provavelmente mais rápida, mais barata e mais precisa que grandes
proteínas."
Beecher acredita que o polêmico toque retal será ainda mais usado pela
ciência. "Por meio dele, temos uma melhor compreensão da saúde da
próstata", explicou. "O exame da urina seguido do toque retal
alcançará mais células." A aplicação clínica da análise de sarcosina
na urina depende de estudos de validação.Os cientistas precisam
analisar o comportamento de vários compostos adicionais presentes na
próstata e na urina. (RC)
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